O novo capítulo da saga dos dinossauros no cinema, Jurassic Park – Reino Ameaçado é uma verdadeira ode ao primeiro filme, realizado por Steven Spielberg em 1993.
Há pontos de comparação entre uma obra e outra, mas ainda assim, Reino Ameaçado tem suas particularidades, que fazem dele um filme ágil e interessante, mesmo que em comparação até mesmo ao capítulo anterior, O Mundo dos Dinossauros, de 2015, tenha mais atrativos cinematográficos.
Portanto, para começar, é importante ressaltar essa comparação. Reino Ameaçado serve como continuação e homenagem, e essa mistura só dá certo por conta do carisma dos protagonistas, que seguram a barra e fazem do longa um filme coeso.
Qualidade técnica em prol da reverência
Basicamente, Reino Ameaçado é o filme que mais presta seus respeitos ao original de 1993, feito no melhor ano da carreira de Spielberg – naquela mesma época ele lançou A Lista de Schindler, com o qual ganhou o Oscar de Filme e Diretor, sendo que Jurassic Park levou 3 Oscars técnicos.
Alguns enquadramentos são praticamente copiados de lá, e para quem conhece os dois fica fácil adivinhar quais são.
A adição de Jeff Goldblum, em algo que dura um pouco mais do que uma ponta do seu famoso Dr. Malcolm em Jurassic Park, apenas reforça a sensação de homenagem e de reverência ao longa que começou tudo.
Entretanto, a linguagem digital mudou bastante daquele tempo para cá, e um dos maiores atrativos de Reino Ameaçado: tudo parece muito mais real, ainda mais se assistido em 3D, que é impressionante e faz aumentar o fascínio por esses animais.
Mas até isso é feito com o pensamento lá no começo dos anos 90: diversas cenas recheadas de efeitos emulam algo que já vimos em Jurassic Park, apenas com efeitos mais caprichados.
E nisso não há do que reclamar: são maravilhosos, de encher os olhos.
Os verdadeiros méritos de Jurassic Park – Reino Ameaçado
J.A. Bayona, diretor de Reino Ameaçado, é um sujeito determinado.
Ele, que tem experiência com efeitos visuais desde O Impossível (2012), fez um filme naturalista – na medida do possível – dosando a tensão e o suspense com o lado mais engraçado, que converge na atuação dos protagonistas, Chris Pratt e Bryce Dallas-Howard.
Eles são a alma do filme, e possuem o carisma necessário para segurar as quase duas horas de projeção.
Especialmente Pratt, que tem um timing cômico invejável, como se pode perceber em seu papel na franquia dos Vingadores e nos filmes dos Guardiões da Galáxia.
Ele sabe exatamente onde dar a pausa para o riso, mas também sabe ser sério e passar nervosismo e ansiedade através do seu personagem, que já tinha feito um enorme sucesso em O Mundo dos Dinossauros.
Não que os os outros coadjuvantes fiquem aquém. Todos estão bem, principalmente James Cromwell, no papel do patriarca da família responsável pela incursão dos dinossauros entre os humanos.
Seu papel é pequeno, mas muito importante, e o veterano ator dá conta do recado dando a medida necessária de sua fragilidade, ao mesmo tempo em que esconde segredos chocantes.
No fim, Reino Ameaçado é um filme divertido, muito bem filmado e reverente ao longa que originou tudo, e deixa as portas abertas para a continuação dessa franquia sensacional, que mostra ainda ter muito fôlego junto aos espectadores que amam se aventurar em um mundo onde os dinossauros ainda são possíveis.