O assunto, sem dúvida, é polêmico, principalmente porque divide fãs ferrenhos, tanto da Marvel, quanto da DC.
Mas, o que será analisado aqui é pura e simplesmente a produção de filmes para cinema, independente se tal personagem é melhor, é mais icônico, é mais famoso, etc.
A questão, portanto, não é de fanboy ou fangirl, mas, sim, dos sucessivos fracassos da DC na sétima arte.
As produções da DC
E, nada melhor para começar ilustrando esse tema do que o recente filme da “Liga da Justiça”, que prometia ser uma das produções mais épicas do universo expandido da DC.
Infelizmente, ela se mostrou só mais um longa de super-herois com um vilão genérico. O resultado nas bilheterias reflete isso: são, até o momento, US$ 675 milhões arrecadados ao redor do mundo.
Se formos comparar com os outros filmes do mesmo universo, o resultado é claramente minguado:
Esquadrão Suicida (US$ 745,6 milhões), Mulher-Maravilha (US$ 821,9 milhões) e Batman vs Superman: A Origem da Justiça (US$ 873,3 milhões).
Mas, por que filmes com ícones máximos da cultura pop amargam resultados tão aquém do esperado?
A resposta talvez esteja numa palavra mágica chamada PLANEJAMENTO.
Enquanto a Marvel segue adiante com o seu universo compartilhado, onde todos os filmes se interligam de maneira orgânica, a DC muda as regras do jogo constantemente.
Exemplo disso foi a própria “Liga da Justiça”, que começou tendo um direcionamento dado por Zack Snyder.
Mas devido à sua saída da produção por motivos pessoais, quem comandou a finalização da produção foi Joss Whedon, que acabou fazendo sutis, porém significativas mudanças no tom de algumas sequência.
O resultado não poderia ser diferente
O resultado disso foi um filme sem identidade, como outro qualquer desse mesmo nicho.
E, essa falta de planejamento não é nova. Um dos filmes que mais sofreu com isso foi Esquadrão Suicida, ano passado.
Quando a produção ainda estava em construção pelo diretor David Ayer, dava pra perceber pelo primeiro trailer divulgado que o filme teria um tom violento e sombrio.
No entanto, segundo constam algumas fontes, as “exibições-teste” não foram necessariamente um sucesso, o que fez com que os produtores exigissem uma versão que fosse mais clean, mais jovial, mais dinâmica e mais engraçada.
O resultado disso é que cenas adicionais foram filmadas, outras foram cortadas e até uma empresa que trabalha com trailers para cinema (!) foi contratada para editar o longa.
O resultado foi mais um filme sem direcionamento, que mais parecia um imenso videoclipe de duas horas de duração.
Chegamos então, em 2017 e com ele uma expectativa com Mulher Maravilha.
De fato, o filme fez sucesso, mais por conta do carisma da atriz Gal Gadot e pela direção segura de Patty Jenkins, do que pelo roteiro meia boca, que nos entregava mais uma estória clichê de super-heróis.
Mas como dito antes, fez sucesso e, é certo afirma que o tom mais leve e aventureiro de Mulher Maravilha influenciou na hora de finalizar Liga da Justiça.
É só perceber os pôsteres de divulgação lançados num primeiro momento, e um pouco antes da estreia.
Os tons simplesmente não casam; enquanto um é sisudo, denso, o outro é alegre, vibrante, colorido.
O público, em geral, até tentou comprar o filme, mas, os números das bilheterias não mentem: o resultado foi pífio.
Faltou um pouco de planejamento
O que a DC precisa é ter mais foco e planejamento em seu universo compartilhado. Ponto.
É saber delegar funções, qual diretor vai dirigir qual projeto (com o cuidado para não haver conflitos de ideias), e juntar esses elementos filme a filme.
O que não é nada complicado, pois, personagens como Batman, Superman e Mulher Maravilha são ícones da cultura pop há décadas.
Não é nada difícil trabalhar com eles, portanto.
Porém, continuando a fazer filmes “bagunçados”, sem rumo ou simplesmente esquecíveis.
Então, não haverá jeito de salvar o mundo (mesmo com todos os heróis da editora reunidos).